sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O sonho de Maribel


Escrevi o poema que vou postar quando era bem pequena. Não sei bem, mas acho que eu devia ter uns 7 anos de idade. Lembro que minha mãe achou lindo e mostrava pra todo mundo, levava junto na carteira, em um papel que imprimi em letras cor de rosa e lilás. 
Logo que o escrevi, lembro que transcrevi utilizando uma máquina de escrever do escritório dos meus pais, e que só tinha tinta preta e vermelha, o melhor que podia ser feito era posicionar a fita de tinta para que a letra saísse metade preta e metade vermelha, eu achava o máximo! - certo, não sou tão "do tempo antigo" assim, mas tínhamos em casa, digo, no escritório, e eu adorava brincar de escrever naquela máquina.
Quando meus pais compraram o primeiro computador da casa, passei a brincar de digitar nele, é claro. Transcrevi todos os meus escritos, agora podia utilizar a cor, a fonte, o tamanho que eu quisesse! Detalhe que minha fonte favorita era Comic Sans MS, assim como já foi de muitas pessoas, eu sei, o que a tornou tão conhecida e enjoativa, hehe.
E assim, o imprimi, e minha mãe passou a carregar junto com ela e agora lembrei de postá-lo, diretamente do meu arquivo:

O SONHO DE MARIBEL

Maribel tinha um sonho,
O sonho de Maribel
Era um sonho tão lindo
Ela queria ir para o céu.

Ela era sonhadora
E queria tornar realidade
Assim ela seria
Muito feliz de verdade.

Quando ficou velhinha
Esse sonho ainda tinha
Mas quando pensava nele
Ficava muito tristinha.

Ela ficava triste
Realizar seu sonho não iria poder
Se ela quisesse realizar
Teria que morrer.

Até que chegou o dia
Um dia muito triste
A pobre Maribel
Havia morrido de velhice.

No dia em que morreu
Ninguém por ela chorou
Porque naquele dia
Seu sonho realizou.

:)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

no expectations, no disappointments


Traduzindo o título da postagem: sem expectativas, sem decepções.
Vi esta frase pela primeira vez em algum site na internet, já faz algum tempo, mas eu não sei sua autoria.
Me identifiquei com a frase e, desde então, comecei a pensar nela frequentemente diante de algumas situações. Acreditei que representasse, realmente, muito do que eu pensava e como agia.
Mais fácil ser neutra, para não fazer coisas sem pensar, e talvez acabar se perdendo. Achava melhor fazer algo somente depois de ter muita certeza, e saber realmente o que aquilo geraria.
Ainda acho isso, e tomo essa ideia como referência sempre que posso.
Acontece que quanto mais nos acostumamos com determinadas coisas, e ainda gostamos disso, passamos a exigir mais e, consequentemente, esperar mais. Quanto mais se experimenta, quanto mais se gosta, mais se quer e mais se espera. A intensidade e a expectativa são grandezas diretamente proporcionais.
E às vezes chega ao ponto em que as expectativas não são mais superadas, pois acabam sendo maiores do que o que pode acontecer, e os fatos acabam sendo menores do que as expectativas. Assim geram impressão de que são pequenos, fracos, sem intensidade e muito menos, importância.
Esses fatos precisam ser então repensados, postos na balança. Qual a intensidade que já foi alcançada? E, diante da resposta, poderá mesmo ser classificada como "pequena e fraca", sem importância?  Essa situação é difícil de enxergar. Não é tão fácil pôr os fatos na balança, inclusive por serem, às vezes, coisas que nem mesmo sabemos sua real proporção, e quais reações geram sobre nós. Implicam nos mais diversos sentimentos, que por si só já são complicados de entender.
Por não superar as expectativas - que segundo a ideia inicial, não deveriam existir para não gerar decepções, mas que acabam surgindo pela intensidade de certas situações - é que a teoria acaba se esvaindo, causando a temida e frustrante decepção.
Chega o momento de reavaliar os limites, e se as expectativas estão à altura. As pessoas precisam também tentar superar as expectativas dos outros, daqueles que gostam, para não decepcioná-los. Mas estes, por sua vez, devem procurar equilibrar suas expectativas.
Enfim, se a expectativa for inevitável, podemos viver com ela tranquilamente, se aprendermos a encontrar o equilíbrio. Isso gera uma visão diferenciada de certas situações, mais intensas e, muitas vezes, inusitadas.
Por isso eu agora digo, em certas ocasiões que mereçam, pode-se dar uma chance para as expectativas. Mudando então, quem sabe, a ideia para: expectativas em equilíbrio, intensidade renovada. Algo para se pensar!

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

A piada está nos olhos de quem vê

Foto: Recordação escolar, de óculos e cabelo ainda liso.

Lembro-me de que, quando eu era criança, muitas pessoas riam de mim. Pessoas que, na minha inocência, eu julgava como se soubessem alguma coisa de importante e necessária, ou que fossem importantes e necessárias.
Riam porque eu usava óculos e eu, por mais forte que fosse, por mais que soubesse que era necessário para mim, me incomodava muito com as piadinhas dos coleguinhas, eles precisavam de um motivo pra rir.
Lembro da vez que eu ganhei coturnos, eles riam até disso, só porque não era o tipo de calçado mais comum para uma menina usar. Riam até por eu ser inteligente e tirar boas notas.
Sorte que eu sabia que isso não era algo ruim pra mim, eles precisavam incomodar por alguma coisa que me fizesse bem. E hoje vejo, que só me incomodavam realmente, por coisas que me faziam bem, por coisas que eu precisava, gostava e que me faziam diferente dos outros.
Que bom que eu tinha minha família, que me amava, e que me mostrava que eu não precisava sofrer com as piadinhas dos outros, mesmo que essa situação tenha me incomodado por alguns anos. Quem sabia o que era bom pra mim, de verdade, era minha família, e até disso os outros riam: descobriram que algo que me incomoda é mexer com minha família, e por isso criavam piadinhas disso também.
Essas situações fizeram com que eu tomasse muito mais cuidado com as pessoas que me relaciono. Com que eu demorasse mais para confiar em algumas pessoas, e que desconfiasse mais de outras.
Conforme algumas definições sobre o que é amigo, percebo que não tenho muitos daqueles "amigos para todas as horas" ou "amigos de infância", como chamam. Mas sei que conheço muitas pessoas com as quais posso contar em alguma necessidade, que torcem por mim, que gostam de mim, que querem me ver bem. Agradeço muito por isso.
Meus amigos de verdade, são alguns poucos, e minha família. E sei que estes me bastam, que me fazem feliz, me escutam, me apoiam (ou me contestam), me aconselham e me incentivam. E esses poucos, não são apenas pessoas que vejo seguidamente, são inclusive alguns que eu posso contar sempre, mesmo longe. São desses amigos que preciso, são estes que me fazem bem, com quem fico feliz por ter ao meu lado e que vejo que querem o meu melhor.
Imagino que hoje, muitos daqueles que riram de mim, talvez estejam usando óculos, por necessidade do tempo, ou ainda virão a usar. Talvez já tenham corrido para as lojas para comprarem seus coturnos lindos e maravilhosos quando virou "modinha". Não sei, mas espero que rir das minhas boas notas deve tê-los realizado profissionalmente, quem sabe. E quanto à família, só digo que sou muito feliz por ainda tê-la unida e me apoiando sempre.